O orgânico está morto?
Produtores de conteúdo, empresários e gestores de redes sociais têm percebido a mesma coisa: as publicações estão fracassando, com menos alcance nos posts orgânicos e, por vezes, nos patrocinados. Para quem depende de marketing digital para se conectar com o público e promover seu negócio, é uma situação muito alarmante.
Aproveitando-se desse cenário, muitas receitas e fórmulas mágicas para aumentar o engajamento estão sendo oferecidas por diversos “gurus”. Algumas até conseguem funcionar, mas grande parte só fazem perder tempo.
A psicologia comportamental
Podemos analisar essa conjuntura de diversas formas, seja analisando algoritmos ou tempo de vida de redes sociais, mas devemos também estudar o comportamento do consumidor em vez de nos colocarmos somente como produtores.
Primeiramente, não podemos desconsiderar a pandemia: ela tem consumido nossa força mental, tirando a vida de muitas pessoas, chegando aos mais próximos de nós e àqueles que amamos. Estamos perdendo as esperanças, a perspectiva de um cenário diferente, em curto e médio prazos, atingindo a exaustão. E com o impacto sobre a economia, poucas pessoas tem paciência para propagandas e conteúdo corporativo enquanto recorrem às redes sociais para seu entretenimento, em um momento de anestesia e desligamento da realidade.
Vamos considerar também o excesso de conteúdo: seu interesse some quando você é bombardeado com uma quantidade exagerada de informações; tudo perde a graça, não perde? Por mais sofisticado que seja um restaurante, se você comer a mesma coisa todos os dias eventualmente vai querer algo diferente, ainda que seja o mais simples arroz com feijão e ovo frito.
O excesso de conteúdo, aliás, traz consigo a sensação de caos, pois ficamos sem conseguir assimilar toda a informação a que somos submetidos. E na nossa fuga do caos, acabamos percorrendo nossos feeds das redes sociais sem prestar atenção em seu conteúdo. Não conseguimos fugir do vício das redes sociais, mas não fazemos uso dela plenamente, também.
Continue em frente
Ainda assim, não desanime. Ao invés disso, use sua perspectiva como consumidor para modelar suas estratégias e seus conteúdos: fuja do confuso e complicado, acalme seu público e ofereça a ele informações relevantes. Seja uma ilha de tranquilidade no turbilhão de informações das redes sociais, mesmo que por alguns momentos.
Precisamos vender, divulgar, ser vistos e desejados, mas não podemos nos esquecer que nossos públicos são pessoas. E que nós também somos pessoas.